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NESTE DOMINGO levei meus dois filhos para conhecer o Museu de História Natural de Taubaté. Sim, Taubaté, terra da hoje arqueológica Velhinha de Taubaté, da Emília e do Visconde. "Que diabos faz um museu de história natural em Taubaté?", perguntará você. E eu responderei: Taubaté, meu caro Watson, possui extensos depósitos Oligo-Miocênicos, com fósseis de fororrascídeos. Sacô?
Fororrascídeos são uns passarinhos gigantes. Bem do mal. Ou "uma coisa muito pré-histórica", como diria uma que o outro quer pegar. Se você esticar uma seriema (que, aliás, é um fororrascídeo, ou fororracóide, como prefere o Petutinho) até uns 2 metros de altura e 200 quilos e lhe der um bico maciço e ultra-afiado e uma cara de má, terá uma idéia aproximada do que eram as cotovias que gorjeavam em Taubaté naqueles tempos. Sorte que o Rabicó não era vivo.
But I digress. O que eu quero dizer é que o museu de Taubaté, obra do esforço hercúleo do apropriadamente batizado Herculano Alvarenga (hm, essa doeu. OK.), é um lugar muito legal. Quase tudo lá são réplicas, mas a exposição tem uma seqüência cronológica linda, que vai das primeiras bactérias fósseis até o presente. No meio do caminho, trilobitas, cinodontes, dinossauros, pterossauros, preguiças gigantes... e os tais fororrascídeos. A mostra inclui um alossauro em tamanho natural, um estauricossauro, um caudiptérix e um arqueoptérix, reconstituído pelo próprio Alvarenga (talvez o maior especialista do país em aves fósseis). Os displays são ótimos e elegantes, apesar do despojo. E, se bobear, os visitantes ganham uma visita guiada pelo próprio Herculano, que vive por ali nos findis.
O problema é que o lugar quase não tem os tais visitantes. Quando eu cheguei lá, achei que estivesse fechado. No começo da tarde de domingo, eu e meus filhos fomos os únicos turistas no local. Na nossa saída é que apareceu uma família. E só. À parte isso, o museu não tem patrocínio. Herculano reclamava que a Petrobras deu R$ 3 milhões para o Sítio do Picapau Amarelo. "Com R$ 1 milhão eu fazia a festa aqui", diz o médico-paleontólogo.
No meio da mediocridade que impera na divulgação de ciência brasileira, vendo a sujeirada que foi a instalação da Rede Brasileira de Pesquisas em Paleontologia e vendo o arraso que os argentinos fazem com seus fósseis (em qualquer biboca tem um museu de história natural), é realmente uma pena que o museu de Taubaté não tenha visitantes nem patrocínio. O lugar é perto de São Paulo e do Rio. E se presta a um trabalho maravilhoso de educação científica, pra quem se queixa da falta de opções para isso no Brasil. Tendo trabalhado como guia no museu de história natural mais charmoso dos EUA, o de Harvard, eu digo: visite. Vale a pena.
E não, o Herculano não me pagou nada pela propaganda.
Fororrascídeos são uns passarinhos gigantes. Bem do mal. Ou "uma coisa muito pré-histórica", como diria uma que o outro quer pegar. Se você esticar uma seriema (que, aliás, é um fororrascídeo, ou fororracóide, como prefere o Petutinho) até uns 2 metros de altura e 200 quilos e lhe der um bico maciço e ultra-afiado e uma cara de má, terá uma idéia aproximada do que eram as cotovias que gorjeavam em Taubaté naqueles tempos. Sorte que o Rabicó não era vivo.
But I digress. O que eu quero dizer é que o museu de Taubaté, obra do esforço hercúleo do apropriadamente batizado Herculano Alvarenga (hm, essa doeu. OK.), é um lugar muito legal. Quase tudo lá são réplicas, mas a exposição tem uma seqüência cronológica linda, que vai das primeiras bactérias fósseis até o presente. No meio do caminho, trilobitas, cinodontes, dinossauros, pterossauros, preguiças gigantes... e os tais fororrascídeos. A mostra inclui um alossauro em tamanho natural, um estauricossauro, um caudiptérix e um arqueoptérix, reconstituído pelo próprio Alvarenga (talvez o maior especialista do país em aves fósseis). Os displays são ótimos e elegantes, apesar do despojo. E, se bobear, os visitantes ganham uma visita guiada pelo próprio Herculano, que vive por ali nos findis.
O problema é que o lugar quase não tem os tais visitantes. Quando eu cheguei lá, achei que estivesse fechado. No começo da tarde de domingo, eu e meus filhos fomos os únicos turistas no local. Na nossa saída é que apareceu uma família. E só. À parte isso, o museu não tem patrocínio. Herculano reclamava que a Petrobras deu R$ 3 milhões para o Sítio do Picapau Amarelo. "Com R$ 1 milhão eu fazia a festa aqui", diz o médico-paleontólogo.
No meio da mediocridade que impera na divulgação de ciência brasileira, vendo a sujeirada que foi a instalação da Rede Brasileira de Pesquisas em Paleontologia e vendo o arraso que os argentinos fazem com seus fósseis (em qualquer biboca tem um museu de história natural), é realmente uma pena que o museu de Taubaté não tenha visitantes nem patrocínio. O lugar é perto de São Paulo e do Rio. E se presta a um trabalho maravilhoso de educação científica, pra quem se queixa da falta de opções para isso no Brasil. Tendo trabalhado como guia no museu de história natural mais charmoso dos EUA, o de Harvard, eu digo: visite. Vale a pena.
E não, o Herculano não me pagou nada pela propaganda.
2 Comments:
Tropos,
qual o site do museu? O link que vc pôs está com erro.
Realmente é um descaso, não só com esse museu em Taubatexas. Aqui em SP e Brasil afora temos vários exemplos.
Os jornais deviam dar um espaço pra isso (aliás, o descaso é uma boa pauta), ou a SBPC poderia injetar uma grana para estimular a museologia.
Abs
Mané-magro
Deu um problema be BIOS no meu blógue. O endereço é
http://www.museuhistorianatural.com
O site é bem sem-vergonha; não faz justiça ao museu.
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