Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

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Apenas uma relíquia do Plioceno...

segunda-feira, agosto 01, 2005

Dr. Seuss e a tragédia dos comuns

MINHA REVISTA verdorrenta favorita, a Grist, anda chata de dar dó. Só fala de EPA e de outras questões ambientais domésticas americanas, num provincianismo de fazer inveja a qualquer órgão de imprensa paulistano. Mas seu blog, o Gristmill, se redimiu (com o perdão da rima) hoje ao discutir o melhor livro que já se escreveu sobre meio ambiente na história da humanidade: The Lorax, do escritor infantil Theodore Geisel, aliás Dr. Seuss.

Pra quem não tem filhos, o clássico conta a história de um sujeito chamado Once-ler, que instala uma fábrica de thneeds ("A thneed is a something that everyone needs") numa espécie de paraíso ecológico que ele destrói literalmente até o último pé de árvore, apesar dos conselhos insistentes do Lorax, um bichinho que fala pelas árvores ("Cause the trees have no tongue"). Claro, ele até que fica triste ao ver a biodiversidade se acabando, mas veja os argumentos dele e diga se você não já ouviu isso antes:

I meant no harm. I most truly did not. But I had to grow
bigger. So bigger I got. I biggered my factory. I biggered my roads.
I biggered my wagons. I biggered the loads of the Theends I shipped
out. I was shipping them forth to the South! To the East! To the West! To
the North! I went right on biggering...selling more Thneeds. And I biggered my
money, which everyone needs.

O Gristmill argumenta que a ganância do Once-ler talvez não seja a culpada pela destruição, mas o fato de as árvores do local não terem tido direitos de propriedade atribuídos a elas, o que as mergulharia na chamada "tragédia dos comuns" (em resumo, patrimônios ambientais que são de todo mundo acabam indo pro saco porque não são de ninguém).

A matéria tem um link para o texto integral do livro de Dr. Seuss. Tragédias à parte, divirta-se.