O lento conta-gotas do Prof. Parnell
(consegui inserir foto neste blógue, finalmente!!)
O QUE VOCÊ VÊ ao lado é uma fotografia do hoje mundialmente famoso Pitch Drop Experiment, o experimento da gota de piche, realizado pelo falecido físico australiano Thomas Parnell, da Universidade de Queensland, em 1927. Parnell colocou uma bola de alcatrão congelado num funil para escorrer sobre um béquer, com o objetivo de demonstrar a viscosidade do piche. O material escorreu à extraordinária velocidade de uma gota a cada sete a nove anos. Hoje, a nona gota está em formação. Ontem à noite, Parnell foi contemplado em memória com o Ig Nobel de Física. Trata-se ao mesmo tempo do experimento científico contínuo mais longo da história (tirando aquele outro, involuntário, que consiste em mudar desde 1850 a composição química da atmosfera terrestre com dióxido de carbono pra ver o que vai dar) e do reconhecimento mais tardio que algum pesquisador já teve (alguns prêmios Nobel já levaram 40 anos entre seu eureka e sua contemplação).
A legenda que ele próprio escreveu detalha quando as gotas caíram: 1938, 1947, 1954, 1962 e 1970.
O diabo é que o experimento de Parnell está em risco hoje: a Universidade de Queensland instalou um ar-condicionado no auditório para onde o bibelô foi movido, o que aumentou a viscosidade do piche e retardou a queda das gotas. Além disso, o béquer já está cheio de alcatrão, o que faz com que a próxima gota já esteja em contato com o piche na superfície do vaso. Parnell certamente não imaginou que seu Ig Nobel-winning experiment seria ameaçado por outro desenvolvimento humano vencedor do mesmo prêmio: a lei de Murphy.
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