Vale-desmate II
QUANTO VOCÊ PAGA todo mês para financiar o desmatamento da Amazônia?
"Ora, Paranthropus, que pergunta prepóstera!", você dirá. "Eu sou conservacionista e quero ver a Amazônia preservada! Jamais dei um centavo para financiar a devastação!"
Sua revolta é justa, leitor, mas furada. Só entre 2000 e 2005 você, eu, nós todos pagamos R$ 9,1 bilhões para socorrer a "competitiva" agricultura brasileira. Boa parte desse tutu vai ser usado em rolagem de dívida de sojeiros e ganadeiros que atuam em regiões de fronteira agrícola, expandindo-a. É em parte graças a esses subsídios escondidos que Mato Grosso amarga o título de região do planeta que mais queima, segundo pesquisa da Nasa divulgada ontem pela Folha.
O cálculo do tamanho do pacote agrícola escondido foi feito por José Garcia Gasques, do Ipea, e revelado em matéria de Mauro Zanatta no Valoe Econômico de hoje. Os números são de arrepiar até os mais crentes na pujança econômica do nosso "agronegócio" (nome glorificado para "monocultura"). No período examinado por Gasques, o subsídio direto foi deR$ 26,7 bilhões. Destes, R$ 10,7 foram usados em compras diretas e estocagem. Curiosamente, a despesa com a rolagem de dívidas agrícolas no período (estou falando daqueles R$ 9,1 bilhões iniciais) foi maior em 2003, ano do "boom da soja" - o cacófato é proposital.
"Ora, Paranthropus, que pergunta prepóstera!", você dirá. "Eu sou conservacionista e quero ver a Amazônia preservada! Jamais dei um centavo para financiar a devastação!"
Sua revolta é justa, leitor, mas furada. Só entre 2000 e 2005 você, eu, nós todos pagamos R$ 9,1 bilhões para socorrer a "competitiva" agricultura brasileira. Boa parte desse tutu vai ser usado em rolagem de dívida de sojeiros e ganadeiros que atuam em regiões de fronteira agrícola, expandindo-a. É em parte graças a esses subsídios escondidos que Mato Grosso amarga o título de região do planeta que mais queima, segundo pesquisa da Nasa divulgada ontem pela Folha.
O cálculo do tamanho do pacote agrícola escondido foi feito por José Garcia Gasques, do Ipea, e revelado em matéria de Mauro Zanatta no Valoe Econômico de hoje. Os números são de arrepiar até os mais crentes na pujança econômica do nosso "agronegócio" (nome glorificado para "monocultura"). No período examinado por Gasques, o subsídio direto foi deR$ 26,7 bilhões. Destes, R$ 10,7 foram usados em compras diretas e estocagem. Curiosamente, a despesa com a rolagem de dívidas agrícolas no período (estou falando daqueles R$ 9,1 bilhões iniciais) foi maior em 2003, ano do "boom da soja" - o cacófato é proposital.
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