O poema épico do Uiramutã
ALGUNS POSTS ABAIXO, eu falei mal de Carlos Ayres Britto por ter dado a liminar suspendendo a Operação Upakaton 3, destinada a limpar Raposa/Serra do Sol de seus últimos e poderosos grileiros. Ayres temia uma conflagração e caiu na balela de que Raposa é "46% do território de Roraima".
Pois ontem o ministro do STF se redimiu. Em 108 páginas, proferiu um voto histórico sobre a demarcação de terras indígenas que poderia ser um marco na história dos direitos humanos no Brasil, não fosse o fato de ele simplesmente reverter para uma situação - o reconhecimento de Raposa - que não teria chegado onde chegou se o próprio Ayres não tivesse cedido à pressão inicial dos arrozeiros e da politicalha roraimense.
Ou seja, Ayres botou um bode na sala, mas felizmente foi honesto o bastante para ver que tinha feito uma cagada e tratou de se informar e chutar o rabo do caprino com a maior categoria possível. Este blogueiro teme que seja tarde demais; ao acolher um atentado contra a ordem constitucional, o Supremo criou um issue em cima de um non-issue. E deu pano para a manga de Paulo César Quartiero, Romero Jucá e outros probos da mesma laia.
Pois ontem o ministro do STF se redimiu. Em 108 páginas, proferiu um voto histórico sobre a demarcação de terras indígenas que poderia ser um marco na história dos direitos humanos no Brasil, não fosse o fato de ele simplesmente reverter para uma situação - o reconhecimento de Raposa - que não teria chegado onde chegou se o próprio Ayres não tivesse cedido à pressão inicial dos arrozeiros e da politicalha roraimense.
Ou seja, Ayres botou um bode na sala, mas felizmente foi honesto o bastante para ver que tinha feito uma cagada e tratou de se informar e chutar o rabo do caprino com a maior categoria possível. Este blogueiro teme que seja tarde demais; ao acolher um atentado contra a ordem constitucional, o Supremo criou um issue em cima de um non-issue. E deu pano para a manga de Paulo César Quartiero, Romero Jucá e outros probos da mesma laia.
posted by Paranthropus | 8:44 AM
2 Comments:
talvez sua percepção a respeito do assunto esteja equivocada.
1- os índios da Raposa são índios vaqueiros e fazendeiros, devido a forte influencia nordestina no passado. O q seria índio então? quem os define índios? eles mesmos? o que fazer com um cidadão cearense casado com uma índia e que mora na área onde seria reserva indígena?
2- embora já bastante aculturados, algo que prevalece muito forte entre as etnias, ou o que sobrou delas, é o sentimento de segregação entre eles. Em outras palavras, eles não se misturam e não querem se misturar, aí, pra que querem áreas contínuas?
2- dando áreas contínuas estar-se-á condenando a agricutura e estado de RR, pois a reserva em áreas copntínuas estará nos melhores solos de um estado onde só existem solos de péssima aptidão agrícola.
3- será que índio quer ser mesmo índio? índio não gosta de conforto? não gosta de mulher bonita e cheirosa? não gosta de usar roupa e sapato sentar no sofá e assistir TV? ir para praia no final do ano com a família?
etc etc etc
A meu ver esse ideal de direitos humanos dos índios conservarem sua "identidade" nada mais é do que uma exclusão da sociedade. Coitado deles, querem que eles sejam índios o resto de suas gerações.
Queridão, acho que você não leu o voto do ministro Ayres Britto. Sugiro que o faça, está na internet e é além de tudo uma delícia de ler.
Depois nóis proseia.
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