Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

Minha foto
Nome:

Apenas uma relíquia do Plioceno...

terça-feira, junho 20, 2006

Papa chibé

EM HONRA AOS DOIS OU TRÊS PARAENSES DE NASCIMENTO OU ADOÇÃO QUE FREQÜENTAM ESTE BLÓGUE, TOMEI A LIBERDADE DE REESCREVER A TRÁGICA "reportagem" de uma certa Heloísa Lupinacci para a Folha de S.Paulo, caderno Turismo, sobre Belém do Pará.
Disclaimer: mantenho a ortografia da autora.


São Paulo: Cidade intercala encantos e problemas

HELOISA LUPINACCI
Enviada especial a São Paulo (SO)

Bem no centro de São Paulo fica o Páteo do Colégio, construção ligada à origem da cidade. Erguido no século 16, está voltado para o encontro do rio Tietê com o asfalto. De lá, das grossas paredes de pau-a-pique, se tem a melhor vista para o principal ponto turístico da capital paulista: a Praça da Sé.

Entre o páteo e a praça, avista-se um trecho bastante degradado, em que homens e mulheres tomam banho nas águas do chafariz, comem churrasco grego em barraquinhas e dormem em papelões esticados nos bancos que ficam ali atracados.

Apesar de a descrição soar algo bucólica, a cena não é bonita. Tudo sujo, o mau cheiro toma o ar e o moço da farmácia no meio do cenário avisa: cuidado com o "mão fina" (batedor de carteira).

São Paulo é assim: intercala lugares lindos a trechos degradados. À primeira vista, a cidade é feia. Suja, esfumaçada, quente, bagunçada. As calçadas são tomadas por barracas, que, à noite, se transformam em amontoados de gente e desencorajam o turista de caminhar.

A reação é evitar o passeio. Mas ela pode ser exagerada. Um motorista de táxi se recusa a fazer a corrida: "Mas a Liberdade [destino da corrida] é a cinco quadras daqui, vá caminhando". Não é perigoso? "Não. Pode ir", garante.

Ao passar dos dias, a cidade vai mostrando seu lado bonito. São museus, prédios, vistas do rio. Lugares únicos, que só poderiam estar lá, mas são isolados. Não formam um conjunto bonito, porque não estão colados uns aos outros. Ficam escondidos na bagunça geral, que camufla também iniciativas de revitalização, como a Praça do Patriarca, uma praça montada dentro de uma parada de ônibus reformada, e o Parque da Luz --onde ficam a antiga estação, a Sala São Paulo e o Museu de Moderna. Pontos que são ilhas na cidade.

À terceira vista, na volta da viagem, a primeira impressão é confirmada. A cidade é feia. Mas aqui e ali há lugares que compensam a longa jornada.

A viagem, aliás, não é só longa como é cara. A passagem aérea pode custar R$ 1.440 (veja preços na pág. F5). Assim, é difícil encarar a cidade como um destino turístico --exceto para fãs de gastronomia e arquitetura.

Porém, aqueles que rumam a destinos de natureza nos arredores passarão alguns dias na cidade. E, nesse tempo, poderão reunir boas lembranças.

6 Comments:

Blogger Unknown said...

Grande "Paran",

Sou paraense e é claro que concordo com ela. Pena que ela não foi nas favelash históricas da periferia. Lá existem palafitas lindash. Faltou só comentar que por lá se come o melhor cupuaçu da Amazônia. Nem aqui no Acre ou meshmo em Manaush há tão bom cupuaçu.

Lindo esse joguinho com Sampa.

3:11 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sou paraense e acho que a repórter da Folha de São Paulo carregou nas tintas. Belém não é nengum maravilha, mas tem seus encantos. Um deles, é a arquitetura colonial, herança portuguesa. Não é mais perigosa que nenhuma outra capital.
Gostei muito da sua recriação. Não tenho nada contra São Paulo ou qualquer outra cidade brasileira. Simplesmente considerei a reportagem da tal Heloisa, despropositada. Uma agressão sem motivo. Belém não merece.

5:32 AM  
Blogger Alucinógena said...

São Paulo é 1 cidade intrigante. Um perfeito pardoxo entre o caos urbano e o mais sublime mosaico de culturas: e é isso que eu adoro nela!

7:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

Quando li a matéria da jornalista Heloísa Lupinacci do jornal Folha de S.Paulo, cheguei a pensar que se tratava da visão crítica e imparcial, de uma profissional estrangeira em terras tupiniquins; mas logo me dei conta que não! Como alguém, que se intitula jornalista de um respeitado jornal de grande circulação nacional e, internacional, aborda fatos tão corriqueiros e comuns, existentes em menor ou maior grau, nas cidades brasileiras, exceto S.Paulo; é claro!!! Afinal, a jornalista veio de lá e, conhece muito bem a realidade de sua cidade, do que nós belenenses. Que esses problemas existem, todos nós que vivemos em Belém do Pará, temos conciência disso e, de tudo faremos, para que Belém e seus municípios, se aproximem da BELEZA, DA LIMPEZA, DA TRANQUILIDADE E ORGANIZAÇÃO, que é, a cidade de São Paulo!!! Mauro Amorim(paraense com muito orgulho)!!!

12:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Quando li a matéria da jornalista Heloísa Lupinacci do jornal Folha de S.Paulo, cheguei a pensar que se tratava da visão crítica e imparcial, de uma profissional estrangeira em terras tupiniquins; mas logo me dei conta que não! Como alguém, que se intitula jornalista de um respeitado jornal de grande circulação nacional e, internacional, aborda fatos tão corriqueiros e comuns, existentes em menor ou maior grau, nas cidades brasileiras, exceto S.Paulo; é claro!!! Afinal, a jornalista veio de lá e, conhece muito bem a realidade de sua cidade, do que nós belenenses. Que esses problemas existem, todos nós que vivemos em Belém do Pará, temos conciência disso e, de tudo faremos, para que Belém e seus municípios, se aproximem da BELEZA, DA LIMPEZA, DA TRANQUILIDADE E ORGANIZAÇÃO, que é, a cidade de São Paulo!!! Mauro Amorim(paraense com muito orgulho)!!!

12:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Adorei a recriação.
Ele ajuda a enxergar que parece ser muito mais fácil sair de casa de mau humor e atirar pedras no telhado alheio do que tentar fazer um trabalho imparcial.
Adoro São Paulo e acho que nem Sampa nem Belém merecem tanta crítica exagerada. Acho mesmo que a jornalista pecou muitíssimo com a nossa cidade. Ou simplesmente sua visão não conseguiu alcançar coisas simples que são adoráveis em Belém: o charme, o aconchego e a diversidade cultural.
Parece mesmo que ela veio a contragosto, se aborreceu com o taxista, esqueceu o filtro solar e se meteu no ver-o-peso, comeu tudo o que não conhecia numa sentada só, cumpriu o roteiro VEJA BELÉM e foi pra casa aborrecida. Tudo isso com uma falta de vontade impressionante.
Com relação ao seu texto, só uma pergunta: mandou para a Folha?
Huahuahuahuahua!
Seria bom se o editor repensasse as pautas da moça, ou a mulherada (e aqui me incluo) vai, mais uma vez, sofrer piadinhas referentes a TPMs e falta de amor...

9:51 PM  

Postar um comentário

<< Home