Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

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Apenas uma relíquia do Plioceno...

quarta-feira, janeiro 04, 2006

I don't want to stay here

CONTINUO NA MINHA heróica e mesopotâmica campanha Morte aos Políticos Nordestinos. Acabo de voltar da minha terra natal, Salvador, lugar que há um ano não visito e onde descobri um estranho culto à personalidade que faria Ferdinando Marcos e Anastazio Somoza enrubescerem de vergolha (ou inveja). O nome do santo é Luís Eduardo Magalhães. Deputado Luís Eduardo Magalhães. Ele, o filho querido de ACM, que foi presidente da Câmara e teria sido presidente do Brasil se a vodca e a cocaína o tivessem permitido.

Na Avenida Paralela, a única via expressa de Salvador, o choroso senador pai mandou construir (com dinheiro do contribuinte) um monumento ao nobre e finado parlamentar. Uma enorme placa de mármore, outra maior ainda de granito, adornam o canteiro central. Resguardada por elas, uma estátua de bronze em tamanho natural do deputado, mão erguida, imitando o ilustre gesto da estátua recém-famosa de JK (que lá em Brasília apelidamos de "vade retro, cearense"). Flores frescas, trocadas diariamente por um soldado da PM (pagas e pago com dinheiro do contribuinte) , adornam os pés de Luís Eduardo. Tem até estacionamento para os visitantes.

Ruim, mas nada demais, certo? Errado. O monumento fica situado entre o viaduto Luís Eduardo Magalhães e o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães. Quem quiser pode ainda trafegar pela Avenida Antônio Carlos Magalhães, uma das principais vias da cidade, não muito longe dali. Se você ainda não teve o bastante, no ano passado algum luminar da política nordestina rebatizou um município baiano de Luís Eduardo Magalhães.