Ideias antigas

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Apenas uma relíquia do Plioceno...

terça-feira, janeiro 23, 2007

Samba do ameríndio doido

ERA UMA VEZ UMA tribo feliz de caçadores-coletores. Um dia, de madrugada, eles têm a aldeia invadida e incendiada por caçadores de escravos maias, cujo líder mais parece um comandante americano no vietnã (manja aqueles sinaizinhos com os dedos?). Morre quase todo mundo. Mas Jaguar Paw (por que mantiveram o nome em inglês eu não sei, já que o filme é falado em yucateco) esconde sua mulher grávida e seu filho pequeno num buraco. E é capturado.

Os escravos são levados para uma metrópole maia qualquer, onde sacrifícios humanos acontecem a rodo no alto de pirâmides. Jaguar Paw jura vingança. É salvo da degola aos 47 do segundo tempo por um eclipse (alguém aí se lembra do desenho do Pernalonga na Távola Redonda? Pois a velocidade do eclipse é a mesma). Foge de flechas dos seus inimigos, é ferido, perseguido na floresta e consegue sozinho dar cabo de uma hunting party de 15 guerreiros maias fortemente armados. Sobram dois, que o ferem, mas ele é salvo mais uma vez aos 47 do segundo tempo. Pelos espanhóis.

Mulher e filhos resgatados, a família reunida se esconde na floresta. Os maus pagaram pelas suas atrocidades.

Esse é o enredo de Apocalypto, o novo filme de Mel Gibson. Agora que você já sabe o final, me agradeça por ter lhe poupado 15 reais e duas horas e meia de um atentado histórico, arqueológico e, sobretudo, cinematográfico.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E tem mais. Os maias maus eram judeus. Bem feito para o senhor, eu ja disse que o negocio agora e assistir filme em 30 segundos (cade a merda do link?).

8:28 AM  
Anonymous Anônimo said...

Vendo a propaganda na televisão (um filme latino feito por latinos, diz Gibson em espanhol)pensei: quer ver que ele ainda vai redimir a corja de Córdoba e Cia. E é interessante a escolha ideológica dos maias e não dos astecas, já que os primeiros deram um suadouro nos espanhóis e os último se aliaram a Cortés, embasbacado que estava o Moctezuma II com os europeus. Qualquer semelhança com fatos contemporâneos é, claro, simples coincidência. Mas agradeço a economia do dinheiro do cinema, pois tinha certa curiosidade com a reconstrução cenográfica.

5:43 AM  
Anonymous Anônimo said...

Olá meu caro,

Tudo bem? Meu nome é Natalia Viana, sou repórter da revista Caros Amigos (não sei se vc conhece). Queria dar uma palavrinha com você, será que vc pode entrar em contato? Meu e-mail é natalia_viana@hotmail.com. Abraço e parabéns pelo blog!

12:02 PM  
Blogger Paranthropus said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

4:41 AM  
Blogger Paranthropus said...

Natália,

Claro. Só vou ter que te matar depois.

Carcamano:

A reconstituição vale a pena (embora uma amiga minha mexicana tenha detestado), especialmente pelas caieiras maias. Só tem um detalhe: eles pintam uma metrópole com centenas de milhares de pessoas, uma coisa meio Tóquio, quando sabemos que as cidades maias já estavam pra lá de despovoadas no século 16. Fora que, até onde eu sei (e sei muito pouco sobre esses índios em particular), os maias não iam no mato prear caçadores-coletores (os sacrificados tinham de ser guerreiros de outras cidades maias). Quem fazia isso eram justamente os astecas.



Messire:
"Throw the jew down the well (...) Then we have a big party"

4:47 AM  

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