Infortúnio de proporções mastodônticas
EU JURO que não é perseguição. Já tinha desistido de minhas diatribes anticriacionistas, porque, por mais que seja divertido, eu tenho mais o que fazer.
Mas aí um amigo que sabe das coisas me mandou um link para uma matéria sensacional na CNN sobre o ilustre Mt. Blanco Fossil Museum, no progressista Estado do Texas.
A matéria diz que o tal museu está numa pindaíba retada. E, para continuar de portas abertas, precisará vender seu maior tesouro, um crânio de mastodonte "do tamanho de um fusca" (acho difícil, porque já vi muito mastodonte e muito fusca na vida e garanto que a comparação não se sustenta, mas enfim) de 40.000 anos. Uma casa de leilões local diz que o fóssil pode pegar 160 mil dólares, o que é uma boa notícia para o museu.
Claro que as coisas não são assim tão simples. Porque o Mt. Blanco Fossil museum é uma instituição criacionista. A exibição está toda baseada no fato de que o homem conviveu com os dinossauros e que o mundo foi criado há 6.000 anos, como calculou o bispo Ussher.
Surge um dilema filosófico que faria a sentença do juiz de Dover parecer uma obra menor: uma vez que ninguém compraria um mastodonte de 6.000 anos (não mais do que um chifre de crumple-horned snorkack ou um dente de basilisco), ou o museu admite que o fóssil tem 40.000 anos e que até agora tem vendido uma fraude para seus clientes - e fecha as portas, já que até nos EUA existe uma lei contra o estelionato -, ou ele não vende a relíquia e fecha as portas do mesmo jeito.
Uma terceira via, que poderia resolver o problema, é o Mt. Blanco se aproveitar do fato de que tem tanto otário no mundo e vender o fóssil a um criacionista rico. No entanto, todos os criacionistas ricos do país neste momento estão dando dinheiro para a campanha de Mike Huckabee, portanto acho que os texanos se foderam nessa.
Ministra Marina, tem um trocado sobrando aí?
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