Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

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Apenas uma relíquia do Plioceno...

segunda-feira, abril 24, 2006

E meu voto é para...

NEM LULA, NEM ALCKMIN. Em 2006 eu vou votar em Michelle Bachelet. A presidente do Chile, diferentemente de seus vizinhos do leste, sabe direitinho como pôr uma economia emergente latino-americana nos eixos. Olhem o que ela disse em entrevista à Folha hoje:

Folha - Como o Chile pretende continuar crescendo?
Bachelet - Temos que continuar a fazer o que nós já fazemos bem, mas introduzir coisas novas. Inovação, ciência e tecnologia; descobrir quais são os nichos de oportunidade para nós.

Será que é tão difícil assim para o Brasil perceber isso?

sexta-feira, abril 21, 2006

I'm gonna roll it, but I'm not gonna light it now

VOCÊ ACHAVA QUE não poderia ficar pior, né? Que a administração Bush já havia chegado ao seu limite no assassinato seguido de estupro (ou vice-versa) da ciência. Pois bem: você se enganou. A última do governo americano para regular os costumes à revelia das evidências foi o anúncio da FDA, agência de remédios e alimentos dos EUA, de que "nenhum estudo científico sério" apoiava o uso médico da maconha.

Bem, acontece que há, sim, um estudo científico sério mostrando que a erva danada traz, sim, benefícios a pacientes (em quimioterapia, por exemplo). E ele não foi encomendado pelo Cartel de Juárez, nem pelo Fernandinho Beira-Mar. Quem encomendou o estudo, em 1997, foi, vejam só, o Escritório de Política de Controle de Drogas... da Casa Branca. Eu falei que esses democratas eram mesmo uns maconheiros imprestáveis.

Bom, o estudo (que tem entre seus revisores gente de Columbia, Cornell, Harvard e todo o resto da Ivy League) levou dois anos para ficar pronto. Saiu só em 1999. Está longe de ser um panfleto pró-drogas. E, antes que você faça a piadinha do "tragada ou não?", lembro que o presidente democvrata que estava no comando na época foi o criador do Plano Colômbia. Ou seja, os EUA não passaram de tolerantes a caretas entre jumento e elefante. A diferença é que o governo anterior era, como disse o Thomas Friedman, parte da "evidence-based community".

Diz o relatório encomendado por Clinton à Academia Nacional de Ciências:

Recommendation 1: Research should continue into the physiological effects of synthetic and plant-derived cannabinoids and the natural function of cannabinoids found in the body. Because different cannabinoids appear to have different effects, cannabinoid research should include, but not be restricted to, effects attributable to THC alone.
Scientific data indicate the potential therapeutic value of cannabinoid drugs for pain relief, control of nausea and vomiting, and appetite stimulation. This value would be enhanced by a rapid onset of drug effect.

Não que a determinação da FDA mude alguma coisa nos onze Estados que já permitem o uso medicinal da erva danada. Segundo o New York Times, uma decisão da Suprema Corte no ano passado autoriza o governo a prender qualquer usuário de maconha, medicinal ou não, em qualquer um dos 50 Estados.

Se segura, malandro, pra tratar a doença tem hora.

terça-feira, abril 18, 2006

Professora Trelawney

OITO ANOS ATRÁS, o Ricardo Arnt me devolveu um texto. Virado do avesso. "Isso aqui", disse, com a fineza de quem acaba de sair de uma batalha na Revolução Federalista, "não é assim que se faz. Isso aqui está errado. Isso aqui ficou ruim." So forth. "E isso", apontou, "é uma dose de subjetividade subjacente à chefia. Um dia você vai ser arbitrário assim também."

quinta-feira, abril 13, 2006

Pontes Katu

SAMUEL, 5, é filho de um colega meu. Quer escrever uma carta ao Marcos Pontes. O astronauta é o grande herói dele.

Portanto, como eu dizia alguns posts abaixo, já valeu a pena a carona paga do sorridente militar na Soyuz. Não sei se o Samuel vai virar um cientista algum dia. Mas, no meu tempo, os heróis dos meninos de 5 anos no Brasil eram pilotos de Fórmula-1 e jogadores de futebol. Ninguém nem de longe relacionado à ciência.

terça-feira, abril 11, 2006

Pontes Porã

MARCELO LEITE alerta, alertado por Nelson de Sá, sobre um texto no The Guardian a respeito do Globonauta Marcos Cesar Pontes. Vale a pena ler o que o mundo desenvolvido acha da nossa aventura espacial de dez dias, embora o artigo possa ofender a uma meia-dúzia de "patrtiotas".

quarta-feira, abril 05, 2006

Impacto (ambiental) profundo

OS AMERICANOS conseguiram foder a natureza até mesmo lá na fronteira final, o espaço, onde nenhum homem jamais esteve. Dados do observatório Swift divulgados hoje mostram que a sonda Deep Impact drenou do cometa Tempel 1 nada menos que 250 mil toneladas de água.

Rede Globo 2 X 0 Brasil

XA VER se eu entendi: o glorioso astronauta concedeu duas entrevistas exclusivas ao Jornal Nacional. Para o resto da imprensa, uma coletiva de 13 minutos com seis perguntas sorteadas e sem direito a réplica.

Então tá.