Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

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Apenas uma relíquia do Plioceno...

segunda-feira, outubro 29, 2007

A quem interessar possa

Solidarizando-me com Igor Zolnerkevic, eu declaro solenemente:

Meu nome é Paranthropus, e eu sou um introvertido.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Subterranean savannasick blues

CHUVA EM São Paulo. Depois de duas horas no trânsito, toca no rádio uma música de Djavan, que não está entre os meus cem compositores favoritos. Mas essa aqui deu UMA SAUDADE de Brasília...
Diz assim:


Se o Senhor me for louvado
Eu vou voltar pro meu
Cerrado
Que por ali ficou
Quem temperou
O meu amor
E semeou
Em mim
Essa incrível saudade
Se é por vontade de Deus,
Valei...Valei.

Se pedir a Deus pelo meu
Prazer
Não for pecado
Vou rezar pra quando
Eu voltar a rever
Todas brincadeiras
Do passado
Cortejar meu cerrado
E em dia feriado
Viva o cordão azul e
Encarnado

Eu sei
Serei feliz de novo
Meu povo
Deixa eu chorar
Com você

segunda-feira, outubro 22, 2007

Troféu cara de pau

GEEEENTE, ESTOU PASSAAAADA, diria um amigo meu.

Acabo de ouvir no rádio uma propaganda da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), dizendo que, dada a grande preocupação da entidade com o meio ambiente (vou dar um tempo para você ler de novo a última frase), eles também resolveram contribuir com... um disque-denúncia!

Isso mesmo: o ouvinte que vir uma queimada pode ligar para o telefone mencionado na propaganda. O que acontece? "Sua denúncia será encaminhada para as autoridades competentes".

Quase não é a mesma entidade que apóia e apoiou a pavimentação de estradas como a BR-319, que liga o Arco do Desmatamento co coração da Amazônia, nas palavras militantes porém não por isso menos sábias de Philip Fearnside.

A CNT deveria fazer parzinho com o Banco do Brasil, aquela empresa que financia o desmatamento e que em agosto botou uma propaganda de 5 minutos na TV paga sobre "três coisas que você pode fazer para salvar o planeta".

É de foder no mato, viu?

sexta-feira, outubro 19, 2007

É a economia, estúpido

ESQUEÇA AS PÁGINAS de meio ambiente. Quem quiser saber realmente qual é a perspectiva para a Amazônia no ano fiscal 2007/2008 deve ler hoje a reportagem de Mauro Zanatta na página B13 do Valor Econômico. Ela diz que o PIB do agronegócio deve crescer 5,1% em 2007 e chegar à marca histórica dos 563 bilhões de cruéis. Veja bem: 5,1%. Bem mais do que os três-e-poucos que o governo vem se esforçando para fazer crescer o PIB nacional. O setor econômico é, como diria Al Gore, "relentless". E vive de gordos subsídios dados pelo mesmo governo que diz querer proteger a Amazônia.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Freakonomics florestal

UM AMIGO num cargo importante no governo mas que prefere (por isso mesmo) permanecer anônimo deu a seguinte explicação para a alta de 8% no desmatamento na Amazônia revelada ontem pelo Inpe. É tudo, ele diz, uma questão de Freakonomics.

Para quem acaba de chegar de Marte e não conhece, esse é o título do livro de Steven Levitt, menino-prodígio e economista da Universidade de Chicago que explica virtualmente tudo no mundo por correlações aparentemente esdrúxulas. A queda no índice de homicídios nos EUA na década de 1990, por exemplo, não decorreria da melhor distribuição de renda ou de melhoras na educação, mas sim no acesso facilitado de mulheres negras e pobres (mães de futuros marginais) ao aborto nos hospitais públicos.

Pois bem: a alta no desmatamento é culpa do "etanol 85", o biocombustível da moda nos EUA, feito com 85% de álcool de milho e 15% de gasolina.

Captou? Ele explica: a súbita febre do álcool de milho nos EUA fez o preço do grão subir. O milho escasseou na América do Norte, o que elevou os preços e tornou atraente seu plantio no Brasil.

Quem planta milho prefere terras mais planas, onde não chova demais nem de menos. Vastas áreas de Mato Grosso, Pará e Rondônia são adequadas a isso. Os agricultures preferem essas terras, e acabam comprando-as dos pecuaristas por uma grana preta. Como pasto dá em qualquer lugar, os ganadeiros ocupam novas áreas na floresta, na base do corte raso.

Como o corte raso emite 75% do carbono brasileiro, uma medida originalmente desenhada para combater o aquecimento global (o etanol 85) acaba por agravá-lo.

Lula deveria ler Levitt antes de prometer o paraíso dos biocombustíveis na ONU. Mas, como ele mesmo já cansou de declarar, prefere ver TV.

terça-feira, outubro 02, 2007

Chamem o Procom


COMENTÁRIO sutil de leitor do Estadão On-Line sobre a coletiva da neocoelhinha Mônica Velloso a propósito das fotos na Playboy:
"Bananeira que já deu cacho".
Eu, cá de minha parte, continuo me sentindo lesado enquanto contribuinte de não poder desfrutar de todas as plásticas e de todo o silicone colocado com O MEU dinheiro. Duplamente lesado, agora, de ter de pagar pra ver.