Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

Minha foto
Nome:

Apenas uma relíquia do Plioceno...

terça-feira, novembro 29, 2005

Orgânicos até o rabo

A HISTÓRIA, real, aconteceu em Recife com uma tia minha, sessentona, militante de pastorais, simpatizante do MST, ecologista, católica (eu a amo assim mesmo). Tia Nadja pegou mania de só comprar orgânicos. "É melhor, não tem agrotóxico, é mais gostoso, ajuda os pequenos agricultores" e toda essa conversa. Todo findi ela arrasta meu tio para uma feira de produtores e sai de lá com um sacolão cheio de tudo o que a Zona da Mata tem para oferecer.

Na semana passada, ela foi checar uns pés de couve (acho que era couve, mas posso estar errado) na geladeira para refogar. E achou uma jararaca lá dentro. Vou deixar você ler de novo a última frase.

Estava lá, a Bothrops sp., adulta, gorda (mas provavlmente com fome), bote armado. Claro que tia Nadja, depois do grito de pânico inicial, tentou franciscanamente evitar que o ofídio fosse eliminado. Perdeu a parada; a cobra precisou morrer. E, claro, tia Nadja não só não desistiu dos orgânicos como sentiu (quase literalmente) na carne como eles são REALMENTE naturais, sem agrotóxicos e preservam a vida selvagem.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Não deixe de ler

A MELHOR história publicada pela imprensa brasileira em tempos recentes está hoje na Folha de S.Paulo. É a reportagem de Gilmar Penteado sobre o escabroso caso da bóia-fria de 79 anos, paciente de câncer terminal, que está literalmente apodrecendo na cadeia sem julgamento porque algum meganha achou 15 gramas de crack em sua casa. O juiz acha que ela é "um perigo para a sociedade" e que a lei "tem de ser cumprida" -- como foi nos casos Maluf, Richthofen e Cravinhos.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Quanta besteira

Idéias ruins algumas vezes se recusam a morrer. Veja, por exemplo, o caso da apropriação indébita da mecânica quântica pelos místicos da “nova era”, na década de 1980. Em pleno século 21, ela voltou para nos assombrar, e desta vez bem além dos consultórios de terapeutas de floral. O novo ataque acaba de estrear nos cinemas, sob o título de “What the Bleep Do We Know?” (“Que P... Nós Sabemos?”). Proteja-se.

O filme se propõe, sem modéstia nenhuma, a revelar ao espectador a resposta para a vida, o Universo e tudo o mais. Para isso, entra sem bater no mundo da física subatômica, misturando durante 109 minutos conceitos científicos distorcidos, ensinamentos “filosóficos” suspeitos e cinema de mau gosto.

A mensagem básica do filme é que o Universo é um lugar muito esquisito, e que a realidade em que nós vivemos é apenas a superfície de um mundo vasto e misterioso. Nesse mundo, descortinado ao longo do século passado pela mecânica quântica, tudo é incerto. Partículas podem estar no passado e no futuro ao mesmo tempo, em estados sobrepostos, que se alteram no momento em que alguém as observa.

Acontece que da esfera nanoscópica dos elétrons para o mundo macroscópico dos seres humanos existe um abismo que físico nenhum ousaria saltar. Os diretores de “What the Bleep...”, William Arntz, Betsy Chasse, e Mark Vicente ignoram as placas de “proibido seguir em frente” e propõe que a existência não passa de um produto da nossa mente, uma realidade que “escolhemos” protagonizar dentro de um leque infinito de realidades possíveis. Não existe passado ou futuro, e sim um sem-número de experiências que flutuam juntas, como bolhas de sabão (a metáfora é dos diretores). A mecânica quântica, diz o filme, nos autoriza a saltar livremente entre essas bolhas. Mas, por alguma obscura ilusão à qual nosso cérebro é condicionado, optamos por ficar presos a uma delas.

O filme, uma mistura estranha de ficcção e documentário, gira em torno de Amanda, uma bela fotógrafa surda-muda que trabalha para uma agência de publicidade nos Estados Unidos. Durante o dia, ela vai se defrontando com suas “bolhas quânticas”. Ao mesmo tempo em que entra num cinema sozinha, ela sai de lá sozinha ou de braços dados com seu futuro marido. Viaja para o passado e até se encontra com um índio da época do descobrimento da América (em todas as realidades possíveis, curiosamente, opta por continuar surda).

Para legitimar os percalços de Amanda, os realizadores de “What The Bleep...” escolheram uma série de “especialistas”, cujos depoimentos pontuam a narrativa. Nenhum deles é identificado durante o filme, mas o site oficial (www.whatthebleep.com) traz seus currículos com detalhes (ou requintes de crueldade).

É uma galera medonha. Muitos se dizem físicos, pós-graduados ou professores desta ou daquela grande universidade americana, mas todos optaram por linhas de pesquisa, digamos, não-convencionais, como “criatividade quântica” e “consciência biomolecular”. Gente que não se envergonha de dizer coisas como “a cada manhã eu escolho como será o meu dia” e “cada célula do nosso corpo está sem dúvida viva”. O time é completado por uma “líder espiritual” que se identifica apenas como Ramtha, toneladas de botox no rosto, que compraz em dar aulas de neurociência do sexo ao espectador.

Se estivesse vivo (bem, talvez esteja, em alguma realidade paralela), o físico alemão Werner Heisenberg, que formulou o príncípio da incerteza, receberia o besteirol pseudoquântico desfiado em “What the Bleep Do We Know?” como um castigo por ter participado do programa atômico nazista. Aos mortais comuns, que só dispõem de uma vida e um futuro, resta escolher gastar esses 109 minutos assistindo a um outro filme. Ou lendo um bom livro-texto de física.

terça-feira, novembro 22, 2005

Malheureusement, il faut rentrer

EU SEI que vocês não sentiram a menor falta. Nem eu. Pois é, por mim continuava em Paris. Ainda ontem almoçava uma baguette com queijo brie DE VERDADE na Rive Gauche. Hoje, frangão com mingau de maizena no centro de São Paulo. Cheguei em Guarulhos às 8h40 e 10h40 já estava no tronco. Às 21h50 (0h50 para meu relógio biológico), me preparo finalmente para sair do tronco. Êta, vida injusta. Merda de batcaverna.

(este post foi mais do que levemente inspirado pelo Psicodiafanista)

quinta-feira, novembro 10, 2005

Brasília para crianças

- PAI, por que está todo mundo tão bravo com o Lula?
- Porque ele fez muitas coisas erradas.
- Tipo caixa 2?
- ?!

quarta-feira, novembro 09, 2005

"Nordestino brigando com nordestino"

O MINISTRO CIRO GOMES mostrou ontem na CNBB que nem todos os anos que passou tomando aula de etiqueta em Harvard conseguiram deletar algo que está entranhado em sua personalidade: ele é só mais um típico político coronelista nordestino, textbook case. Na frente dos bispos, mais uma vez ameaçou descumprir o que seu padim Lula combinara com D. Luiz Cappio para encerrar a greve de fome e empurrar a transposição do São Francisco goelas e batinas abaixo. Fez ironias. E, no melhor estilo autoritário, apelou feio ao defender que "nordestino brigando com nordestino sobre isso é um equívoco histórico" (Folha de S.Paulo).

É, como dizem os geneticistas, uma reversão ao estado selvagem. Não sou teórico da comunicação, mas não consigo deixar de ver Ciro com o bigodinho raspado bradando à unidade do "Volk", ou de olhinhos vesgos invocando a "homeland". Como Hitler, Bush, Médici e todos os outros políticos totalitários, o marido de Patrícia Pillar não tenta unir as dissidências pela lógica insofismável de seu maravilhoso projeto, mas sim desmanchar o debate em nome de uma entidade maior, tão atávica quanto fictícia.

O ministro é um manipulador hábil de informação. Apresenta seus pontos com um spin sofisticado, de modo que nunca está mentindo, mas nunca está falando a verdade. E a verdade, já apresentada por vários especialistas há vários anos, é que a transposição tem o propósito único de perpetuar o clã Gomes no poder cearense e nacional, injetando milhões em suas campanhas e garantindo votos via transferência do big business para as terras irrigadas do seu Estado. Veja aqui algumas de suas falácias:

* "A retirada de água será de apenas 26 m3/s, 1% da vazão do rio quando Sobradinho não estiver vertendo". Ora, Sobradinho passa 60% do tempo sem verter. E o projeto de engenharia está dimensionado para mais de 130 m3/s. E o plano de reforma agrária ao longo dos canais consumiria, sozinho, mais de 26 m3/s. Quer dizer, ou vai faltar água 60% do tempo ou a retirada será maior do que o combinado. E depois de gasta a grana para a obra faraônica, como é que a ANA vai negar?

* "O projeto não foi feito para irrigação". Das duas uma: ou o ministro é um cínico de grosso calibre ou não se deu o trabalho de ler o Eia-Rima da transposição, que atesta com todas as letras que 57% da água será destinada a irrigação.

* "O projeto vai beneficiar 12 milhões de pessoas". Essa é a falácia mais clássica. 12 milhões é o número total de pessoas que vivem no Polígono das Secas. O número real de beneficiados não passará de 400 mil, como mostrou Martha Salomon na Folha tempos atrás.

* "O bispo viu uma versão desatualizada do projeto". Give me a fucking break. O projeto de engenharia não mudou uma linha do governo FHC (que resistiu à pressão da buchada, em mais uma demonstração de sua saudosa raposice política, ou cedeu demais ao então amigo ACM) até agora.

Enfim, são coisas para prestar atenção agora. Para não chorar depois de 2010.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Fora, Lula!

COMO DISSE SARAMAGO, até aqui eu vim. Não dá mais. Dizer que "não sabia de nada" é o fim, mas eu tolero. Botar no rabo do Delúbio é o fim, mas eu tolero. Trair 53 milhões de eleitores é o fim, mas eu tolero. Todas as obviedades lulantes, as metáforas futebolísticas, os plural errado, o fiasco da área social, o Roberto Amaral, a Benedita da Silva, o apoio ao Blairo Maggi, o enterro da área ambiental, dizer que livros dão sono, caixa dois, mensalão, tudo isso eu perdôo. De coração. Afinal, quem não tem pecado atire o primeiro Land Rover.

Mas apontar a Amazônia no mapa e dizer para o presidente dos EUA, George Walker Bush, que "aqui é o pulmão do mundo"... foi demais pra mim.

Impeachment já.

domingo, novembro 06, 2005

Sem o menor clima

HOJE REALMENTE não estou com saco para fazer nenhuma de minhas brilhantes reflexões sobre o (quickly deteriorating) estado do mundo. Portanto, colo abaixo editorial do Independent sobre efeito estufa, Tony Blair e oportunidades perdidas.

Acho ducaralho que um dos mais influentes diários europeus esteja trazendo essa história para o centro de duas atenções.

A shrinking ice cap. And a wobbling PM

By Geoffrey Lean’

This,‘ predicted Tony Blair last Sunday, ‘is a potentially crucial week in the fight against climate change.‘ It looks as though he was right - but it could be for good, or for ill. It could have been the week which began a united world-wide effort to curb global warming before it runs out of control, condemning today’s children to live on a much less hospitable planet. Or it could turn out to be the one which killed off international agreement on cutting the pollution that causes the climate change. In either case, the Prime Minister will be primarily responsible. The good news is that he brought together - in Lancaster House, less than a week after the hottest-ever October day - the leading countries on often bitterly opposed sides. The United States, which has tried to kill the Kyoto protocol, joined European countries which have promoted it, and leading Third World nations, exempted from it, to try to work out the next step. The bad news is that Mr Blair spoiled it by - for the second time in six weeks, and in flat contradiction of his Government’s policy - publicly casting doubt on the value of having a new treaty at all. This risks letting President Bush off the hook, just as he was coming under unprecedented pressure to combat global warming. Not that the Prime Minister had the stage entirely to himself. David Cameron muscled his way on to it with an article in The Independent putting forward the most radical measures to tackle climate change ever proposed by a leading British politician. And even the Prince of Wales made an understated entrance, hinting in a speech at a White House banquet that the US should lead in tackling it. All three stressed that global warming was already taking place. ‘You know, if you look at the latest figures,‘ worried Prince Charles to the BBC, ‘they’re terrifying, terrifying.‘ Mr Cameron added: ‘The effects of climate change are being felt right here, right now.‘ The Prime Minister agreed: ‘The evidence is getting stronger, not weaker.‘They’re right. September was the warmest month worldwide ever recorded. This year is set to be the hottest ever while the past three years are currently ranked second, third and fourth. Every week, it seems, brings more alarming news. In the past few weeks , for example, we have learnt that three of the six strongest hurricanes on record have hit the United States in just two months, that the Arctic ice cap shrank to its smallest ever size this year, and that a drought in Amazonia - of all places - has reduced mighty rivers to trickles. And report after learned report tells us that we haven’t seen anything yet. Scientists are concluding that if concentrations of carbon dioxide, the main cause of global warming, exceed 400 parts per million the climate change risks spiralling out of control, eventually causing such catastrophes as the melting of the Greenland and West Antarctic ice sheets - raising sea levels by a massive 35 feet. The level has already reached about 380ppm and stands to pass the danger point in a decade. So there was Mr Blair - pronouncing climate change to be ‘long term, the single most important issue that we face as a global community‘ - announcing that he would make it a focus of this year’s British presidencies of the EU and G8 group of leading economies. Against expectations he stuck to his guns in the run-up to the Gleneagles G8 summit this summer, threatening to isolate Mr Bush and forcing him to start talking. Last week’s Lancaster House meeting, bringing together G8 and leading developing countries, was one result. But just as he was getting somewhere, the Prime Minister began to wobble. ‘I am changing my thinking on this,‘ he told a meeting in New York in September, adding that he hoped the world would ‘not negotiate international treaties‘ and bringing his position close to that of the President. ‘Calm down,‘ his spin doctors told us. ‘It’s been taken out of context.‘ But it hadn’t, and the Prime Minister resisted all pressure from colleagues to set the record straight. ‘Don’t worry,‘ they then said. ‘It will be put right at Lancaster House.‘ Mr Blair did call for a new treaty in a newspaper article last weekend. But at the meeting, he wobbled again, departing from his carefully prepared text to denounce targets for cutting pollution. Losing the plot twice, as Oscar Wilde might have said, looks like carelessness, and one exasperated Downing Street adviser exploded privately: ‘He’s a loose cannon, doing as much harm to his side as to the opposition.‘In fairness, the Prime Minister is trying to pull off a difficult trick - trying to keep on-side both the US, the world’s biggest polluter, and China, which is on track to overtake it. Each has made it clear that it will not agree to any treaty unless the other is also bound by it. Yet in the US, pressure is mounting on Mr Bush to change course and start reducing carbon dioxide emissions. The Senate resolved this summer that ‘mandatory action‘ was needed. Nearly 190 US towns and cities have pledged to adopt targets for cutting the pollution and nine states are poised to agree Kyoto-like measures. Public opinion is swinging after the autumn hurricanes, and even the national association of evangelical Christians has asked its members to eschew gas-guzzling vehicles. But just as Mr Bush is, literally, beginning to feel the heat, Mr Blair is beginning to give him the same kind of cover as he provided over Iraq. Why? Some environmentalists believe that the Prime Minister’s ‘changing thinking‘ is rooted in his failure to take action at home. For all his talk, carbon dioxide emissions have actually risen since Labour took office. Even more ominously Mr Blair’s chief scientific adviser, Professor Sir David King - a hitherto bold voice - is now saying that the world should aim to cap carbon dioxide concentrations at 550ppm, not 400. That would be relatively easy to achieve, but would bust the climate. It looks horribly like an admission of failure. Against this background Mr Cameron’s Independent article - which proposed cross-party agreement on a long-term programme for legally binding reductions on emissions - both provided some rare constructive new thinking and places pressure on Mr Blair. Who knows? Maybe, after all, his intervention will prove to be the biggest event of the crucial week.

Assino embaixo.

quarta-feira, novembro 02, 2005

O finito ilimitado e as duas culturas

DESCUBRO, to my dismay, que o genial Laymert Garcia dos Santos, sociólogo pós-moderno da Unicamp metido a fazer a crítica da "tecnociência" do ponto de vista do pedestal nada suspeito das humanidades, está organizando uma conferência sobre física na qual um tal André Koch explicará "Porque (sic) sou Contrário às Teorias da Relatividade de Einstein". Além de criticar os perigos das novas tecnologias não-testadas, como os transgênicos, os intelectuais agora se põem a fuzilar as ciências básicas.

Incentivo o ilustre professor doutor a continuar fazendo esse trabalho tão esclarecedor; a ciência precisa. Como contribuição à causa, gostaria de sugerir mais alguns temas e palestrantes para suas tertúlias:

1 - "Heisenberg e a Farsa Quântica", por Albert Einstein

2 - "A Insuficiência Epistêmica do Darwinismo", por Enézio de Almeida Filho

3 - "Por que Aves não Descendem dos Dinossauros", por Ernst Mayr

4 - "Por que não Acredito na Gravitação de Newton", por Sergei Krikalev

5 - "Fundamental Drawbacks of Newton's Optics", por Steve Wonder

6 - "Pitágoras Errou?", por Luiz Inácio Lula da Silva

7 - "Por que o HIV não causa a Aids", por Peter Druisberg

terça-feira, novembro 01, 2005

Yo no creo en vampiros, pero...

Continued deforestation of the Amazon region has sent
thousands of displaced vampire bats arrying rabies sweeping across northern
Brazil, where the flying mammals have bitten over a thousand people, and
left 23 dead over the past two months, authorities said Tuesday.The latest
victim was 20-year-old Valnice Santos, who died last week of rabies after
being bitten in her home in the northern town of Turiacu, said Henrique
Jorge dos Santos, an epidemiologist with the Maranhao state health
agency. Last month, an infected colony of the bloodsucking bats
invaded thousands of homes and killed 16 people living near marshlands in the
town of Maranhao, 2,400 kilometers (1,500 miles) north of Sao Paulo, Santos
said.
PRECISEI ir até a Associated Press para ler algo realmente relevante sobre o surto de raiva no Maranhão. É bem óbvio que se trata de um problema de desmatamento -- como em outros surtos, no Acre, no Pará e em outros Estados. Tá na cara que esse morcego tá a mando da motosserra. A imprensa brasileira simplesmente não liga lé com cré, insistindo que meio ambiente é igual a arvorezinhas, e o público fica sem saber o que realmente está provocando a emergência ou reemergência desses vírus. Como bem disse Paolo Zanotto, virologista/roqueiro da USP, toda doença emergente é antes de tudo uma zoonose. Aí, quando aparece uma Sars ou um H5N1 da vida, todo mundo corre atrás do prejuízo.