Ideias antigas

Fósseis, árvores, minorias, filhos e outras coisas fora de moda

Minha foto
Nome:

Apenas uma relíquia do Plioceno...

sexta-feira, setembro 23, 2005

O eterno retorno

EU SOU BRASILEIRO, E NÃO DESISTO NUNCA. Esse poderia ser o lema de Márcio Santilli, putavelha do ambientalismo brasileiro, em sua eterna proposta de tentar incluir o desmatamento evitado nas florestas tropicais na contabilidade dos acordos internacionais contra o aquecimento global no âmbito da Convenção do Clima.

Santilli e seus comparsas (gente de altíssimo quilate e que entende tudo de floresta e de clima, diga-se logo, como Carlos Nobre, presidente do International Geosphere-Biosphere Program, Dan Nepstad, do Ipam, e Ronaldo Serôa da Motta, do Ipea, decano da economia ambiental brasileira) já tentaram incluir o desmatamento evitado nos mecanismos de flexibilização de Kyoto. Funcionaria assim: cerque a mata, evite emissões e ganhe com isso a capacidade de emitir créditos de carbono para negociar no mercado do MDL. A proposta levou porrada de todos os lados -- inclusive do Greenpeace. Não gera adicionalidade, avilta o preço da tonelada de carbono, não tem como medir coisa nenhuma em floresta tropical, tem "leakage" (o desmatamento evitado aqui "vaza" para outro lugar). Em resumo, "esse seu plano não vai funcionar, Curinga". Voto vencido.

Os caras resolveram partir para um golpe retórico: por que em vez de gerar créditos por projeto não se geram créditos POR PAÍS? Heim? Aí tudo o que o governo do Brasil, da Bolívia ou da Indonésia precisa fazer é reduzir suas taxas anuais de desmatamento pra baixo de um baseline mais ou menos arbitrário, meio que decidido por consenso. Cara, é incrível como se trata de um golpe baixo de manipulação de palavras pra dizer a mesma coisa. Mas é incrível como faz sentido. Porque a idéia do desmatamento evitado recauchutada e rebatizada de "redução compensada", detalhada por eles em artigo na revista Climatic Change, resolve um caralhão de problemas de uma vez só:

1 - Ataca 25% das emissões globais de CO2, que vêm das florestas. Isso equivale a um Estados Unidos. Coisa pacas. E essa fonte, o desmatamento tropical, está "órfã" pelo texto de Kyoto.

2 - Dá aos países pobres (não-anexo 1, em diplomatês) a chance de botar o pau na mesa e embarcar quando os ricos cobrarem sua inclusão num acordo pós-Kyoto.

3 - Os caras inventaram um "gatilho" que resolve o problema financeiro: os créditos não seriam negociados de vez, mas em um período de 5 anos. Ou seja, não haveria excesso de oferta de carbono no mercado.

4 - O sensoriamento remoto, em sistemas como o Deter, que verifica o desmatamento em tempo quase real, permite evitar vazamentos. E a Marina Silva já provou que pôr a rota na rua pode, sim, reduzir as taxas.

Enfim, é win-win. Desta vez não tem desculpa. Vamos ver o que diz o lobby do Itamaraty agora.

Paraenses V

NÃO ERA malária, afinal.

Merda de ar-condicionado.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Paraenses III

SÃO 8H40 NA BR-163. Saio de Santarém num GOL-1000 alugado na locadora mais barata da cidade. O destino é São Jorge, uma comunidade vizinha à Flona do Tapajós. Quatro portas, 16 válvulas, ar-condicionado. Tô bem na fita. "Chego lá em uma hora, troco uma idéia com os cabras e volto antes do almoço".

Planos são inúteis na Amazônia.

9h. Acelero, atento aos postos de gasolina no caminho. Não faz 40 graus ainda, mas certamente já passa dos 30. O ar-condicionado começa a falhar. "Como pode ser verdade uma porra dessas?" Meu olho se volta para o painel. Uma fração de segundo antes, minha visão periférica captara alguma coisa estranha lá. Tipo uma luz vermelha piscando. E tinha mesmo uma luz vermelha piscando. "Temperatura. Essa merda tá esquentando. Deve estar sem água." Penso na cara do sujeito da locadora. No dia anterior, ele me entregou o carro sem uma gota de gasolina. Pelo visto, sem água também. "Filho da puta".

Desligo o ar-condicionado. A luz continua acesa. Paro em frente a um casebre de pau, no meio do nada. Estou literalmente na roça. "Latossolo amarelo. Bom pra plantar soja." Desço e abro o capô. O radiador está imitando cobra. Nem uma gota d'água.

Tem um caboclo me olhando no terreiro. Dou bonsdias e pergunto se ele tem água. "Afinal, estamos na maior bacia hidrográfica do mundo." "Tenho, sim". E dá pra me arranjar? "Dá, sim". Termina de falar e fica parado, me olhando, com cara de "o sr. não quer que eu pegue, quer?" Procuro uma garrafa grande no carro. Não tem. Saio com a pequena. Meu anfitrião está sentado dentro de casa, de costas pra mim. Por sorte, a avó dele se assusta com o forasteiro e me oferece a tal água. Um balde. Uns 10 litros. "Afinal, estamos na maior bacia hidrográfica do mundo".

Jogo água no radiador. O carro está tão quente e seco que estremece inteiro com a primeira vertida. "Caralho. Isso vai dar merda." O celular não pega. Encho o radiador. Viro a chave. Já são 9h3o quase. Agora sim, 40 graus. Decido voltar pra Santarém.

Acelero. "Barulho esquisito. Foda-se". Piso mais. Preciso pelo menos de um lugar com sinal de celular pra ligar pro filho da puta. Ligo o ar-condicionado. A luz acende de novo. "Fodeu."

Encosto. O carro desliga sozinho. E não liga mais. "Preciso sair daqui." Olho para debaixo do motor. "Será que está vazando água?" Não. Não está vazando água. Só óleo. Em quantidades monumentais. "Essa porra tá mijando óleo." Insisto na partida. Ligou. "Pau no cu do cabeçote. Preciso sair daqui."

Agora, as luzes de óleo e de temperatura piscam juntas. "Este carro vai derreter em 5 segundos", avisam. "Foda-se", respondo. "É alugado". "Mas se ele derreter você vai ficar na estrada." Por que elas têm sempre razão? Ligo pro filho da puta da locadora. Combino o resgate. "Dez minutos". Há urubus no céu. "Tão atrás de mim." Encosto num baixio. Fumaça no capô. Bendito celular. "Dez minutos, senior." 40 graus lá fora.

Às 10h20 o filho da puta chega. Me leva pra locadora. Me oferece outro carro. Minha dor de garganta vira dor no corpo. Tô mal na fita. "Merda de ar-condicionado." Pergunto quantos quilômetros tenho pra rodar. "Agora o sr. vai rodar no excesso". Pergunto se tem gasolina. "Na reserva." "Então não quero." Dou um esporro. Ele diz que vai fazer um desconto. Pego o carro. Dói tudo.

Agora estou no quarto. Na cama. Esperando a coristina fazer efeito pra trabalhar. 40 graus lá fora. Não sei se var dar pra dirigir até São Jorge à tarde. "Merda." Mando o gaúcho trabalhar um pouco enquanto descanso. Vamos ver o que vai dar. "Será tuberculose?" O filho da puta do engraxate ontem ficou tossindo meia hora na minha cara. O gaúcho viu a caixa numerada e perguntou se ele era da prefeitura. "Não, sou de Parintins." Gaúcho filho da puta.

A outra opção é gripe. A terceira, malária.

Será malária?

terça-feira, setembro 20, 2005

Paraenses III

O ENREDO: fotógrafo vai fazer reportagem sobre prostitutas num garimpo do Pará. Se apaixona por uma ex-prostituta, hoje casada com um cabra valente. Os dois têm um caso. Leia mais detalhes no livro. Mas repare nas expressões: "amor proibido", "morte", "perigo".

Esse é o livro. Na vida real, o enredo é: fotógrafo é pautado para fazer a foto da capa do livro. Ele está no Pará. Descola uma prostituta (vide post abaixo para descrição do biotipo) que topa ser modelo. Fotografa a tal. E come de graça depois.

O cara é meu herói.

Paraenses II

ESQUEÇAM tudo o que eu escrevi sobre as belas caboclas de Santarém. Um olhar sóbrio revela: são todas barrigudas, sem peito e sem pescoço. Resultado de uma coevlução devastadora entre genes e cultura. Formas produzidas por 400 anos de uma dieta à base de peixe e farinha.

Credo.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Paraenses

AH, O DOCE PARÁ! Terra da Cerpínia, do peixínio e do ovínio de tracajá. Ah! O pôr-do-sol sobre o Tapajós (aquele rio que era azul e mudou de cor por causa do runoff das lavouras de Mato Grosso). Ah! as belas caboclas de Santo Harém, digo, Santarém. E, ah! O total desrespeito a qualquer coisa que se pareça com a lei.

Veio parar na minha mão recentemente um livro chamado "In Pursuit of a Past Amazon", de Curt Unkel, alias Nimuendajú. Pra quem não sabe, Nimuendajú era um alemão que virou uma espécie de herói fundador da etnografia brasileira. Publicou um trabalho seminal sobre as migrações guaranis. E prospectou um monte na Amazônia, pra mandar peças e mais peças arqueológicas daqui, desta cidade de onde vos posto, para o Museu das Culturas do Mundo, de Gotemburgo, Suécia. (ninguém é 100% herói na Amazônia, afinal.)

Pois os diários de campo de Nimuendajú saíram naquela mesma Suécia, no ano passado. Por aqui, nem sinal. Quem quiser saber o que ele viu em Santo Harém e como ele fez suas coletas de cerâmica tapajônica e marajoara vai precisar ir até a biblioteca do MAE-USP, ou pagar régias coroas suecas pela edição em inglês.

sábado, setembro 17, 2005

Caixa dois florestal

CRISTINA AMORIM, do detestável O Estado de S.Paulo, mostrou que não é apenas a mais bela jornalista de ciência do Brasil: tem também disposição para enfiar o pé na lama. E revelou, em reportagem na última sexta-feira, mais uma ameaça à Amazônia que, se não é nova, até gora vinha escapando da contabilidade oficial das desgraças: carvoarias do Pará e do Maranhão estão usando lenha "não-contabilizada" para produzir carvão para abastecer siderúrgicas. A lenha vem, claro, de madeira tropical de desmate. O Ibama deve aplicar multa de R$ 780 milhões por crimes ambientais -- 7,7 milhões de metros cúbicos de lenha foram sonegados.

O PT está fazendo escola.

(leia a respeito também reportagem de Carolina Elia no çaite O Eco)

quarta-feira, setembro 07, 2005

A vingança de Richard Dawkins

LEMBRO-ME de uma caminhada numa tarde fria e ensolarada de primavera nos jardins de Harvard em que um amigo meu, um célebre e já caricato antideterminista, recomendava que eu jogasse fora todos os escritos do meu ídolo Richard Dawkins, cuja herança intelectual merecia algo como a lata do lixo da biologia.

Hoje, uma reportagem de Nick Wade no New York Times vem redimir Dawkins. Ela conta a terrível história de um verme que literalmente devora gafanhotos por dentro e que, quando precisa ir para a água para completar seu ciclo de vida, manipula quimicamente o inseto para dar um mergulho suicida, libertando-se então do seu corpo carcomido.

A manipulação decorre provavelmente de proteínas sinalizadoras do verme que, uma vez no cérebro do parasitado, determinam a mudança de comportamento. Um fenômeno parecido já havia sido observado em aranhas parasitadas por vespas por William Eberhard, entomólogo do Smithsonian na Costa Rica. Ambos resgatam de certa forma a idéia de fenótipo extendido, popularizada por Dawkins no livro de mesmo nome.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Central achincalhativa

EU ATÉ ia escrever alguma coisa sobre Katrina, jazz, blues e mudanças climáticas. Mas tudo de inteligente que poderia ser dito a esse respeito está no blógue Central Desinformativa, de um anônimo bem menos primitivo que eu, mas que divide comigo a presidência da Associação Brasileira dos Realistas (que o maldizer chama de Associação Brasileira dos Pessimistas).

Conselho: tomem um Prozac antes de visitar.

domingo, setembro 04, 2005

Deus, Bush e o furacão

ESTE TEXTO foi escrito pelo historiador espanhol/americano Felipe Fernández-Armesto (autor, entre outros, de Near A Thousand Tables, um livro genial sobre a história da comida) para o jornal britânico The Independent.


APOCALYPSE IN THE USA
In George Bush’s world, he, God and nature are all on the same side. His confusion is clear to see
By Felipe Fernandez-Armesto
Teflon helped Bill Clinton slide out of disasters. George Bush seems coated with armour plating: dense, dull and impenetrable. Terrorists hurl fire and bombs; political opponents let fly insults and derision; Mr Bush’s own incompetence bombards him with boomerangs. Most recently, Cindy Sheehan has assailed the president with a mother’s tears, which might have found a way to corrode his breastplate or trickle through the chinks. Yet Mr Bush carries on, battered but essentially undamaged.
Armour, however, is no protection against flood. Disasters usually distract critics, silence malcontents, flatter leaders, and improve presidents’ ratings. Not this time. Katrina could be the storm that finally scatters Mr Bush’s strangely tenacious following.
It is not just that he has handled the crisis badly. His first response was a bemused look, reminiscent of his mental paralysis at the news of 9/11. He then committed a terrible blunder, telling disaster victims to ‘take personal responsibility‘. The individualist message was miscalculated, offensive to the altruism that disasters always ignite. Next, the President seemed to think that it was more important to stop the looting than to save lives. His gaffes don’t end. In storm-torn Biloxi on Friday, he referred two distraught women, who collapsed in his arms, to the Salvation Army shelter.
Not even Canute could stop the waves, and the ludicrous inadequacy of the coastal defences was a long-standing scandal that the region’s state authorities, not just the federal government, had neglected. But the victims grew angry because of the slowness of the President’s response, the inadequacy of federal funding, the shameful facts - so reminiscent of 9/11 - of federal agencies’ indifference to warnings, and the helplessness of the government in the face of growing chaos and suffering. Mr Bush became a new Nero, fiddling while New Orleans flooded.
The terrible truth is now out: the government cut flood prevention funds to pay for war. So far, the question hasn’t been asked, but you can see it between the lines in the press and sense it trembling on millions of lips: if the government can find money and manpower for Baghdad, why not for Biloxi? On Friday, five days after the disaster, Congress voted $10bn ((pounds sterling)5.4bn) of relief aid. Nobody around the Gulf Coast feels grateful. ‘Not before time,‘ they say.
Countless unbiased journalists have reported how non-government agencies, charitable institutions, and philanthropic individuals took care of Katrina’s victims, while the authorities’ efforts seemed invisible - as if the whole operation were a gruesome exercise in privatisation. It took five days for the circling helicopters to rescue survivors, five days for the National Guard to arrive with food and water for those stranded in New Orleans. Americans are bound to make a so far unspoken, but glaringly obvious, comparison with the resolve the government shows when it tackles the President’s real priorities: war, power, petroleum, environmental profligacy.
For deeper reasons, the present crisis is particularly challenging for Mr Bush. Like his counterparts in al-Qa’ida, Mr Bush is a fundamentalist, with beliefs undisciplined by science or reason. His faith obliges him to take literally the story of Noah. He sees the world as a divine arena, where there is no evolution without design. The more he bangs on about prayers for the victims of disaster, the more he invites the obvious ripostes. On the one hand, hostile fanatics claim that Katrina was a ray from God’s zapper, shot to immobilise a limb of the Great Satan. On the other, the secularists sneer with the usual taunt in the face of disasters: ‘Where is God?‘
The President is not theologically supple enough to answer effectively. Maybe this is why he looks bemused: is he still sure of having his God’s approval? The next time he goes back home on the range, will the cowboy-president still think Ol’ Mother Nature is his friend?
Under the ‘yah boo‘ exchanges of religious and irreligious zealotry lurks a serious issue. Mr Bush has staked his reputation on eco-scepticism. He doesn’t believe in global warming. He shelves environmental projects. He despises Kyoto. He dismisses predictions that nature’s revenge will swamp human arrogance. After Katrina, Mr Bush’s appraisals of environmental threats look worthless.
Bad news for the disaster victims is bad news for the President. And the bad news keeps coming. After days immured in the fetid refuge of the Superdome in New Orleans, thousands of hungry, filthy, critically dehydrated, penniless, virtually shirtless refugees - most of whom happened to be black - were stranded for hours in buses which the police turned away from an overcrowded emergency camp in Houston.
In the foul, corpse-strewn, sewer-like streets of New Orleans, the crisis has entered a new phase. The psychology of altruism has evaporated. To begin with, it was ‘Women and children first‘. Now it’s ‘Every man for himself‘, in a horrifying caricature of Mr Bush’s philosophy of individualism. Looters kill for the spoils of catastrophe, as predatory as the roaming alligators that have come in from the wetlands. Estimated numbers of dead keep rising.
A second disaster looms: the long-term health of people who have been dehydrated, starved, deprived of medication, and marooned in cities that have become insanitary swamps. By Friday, the relief effort was just beginning to look organised - but the horror stories and recriminations will drive the successes out of the news for weeks to come. They multiply hourly: abandoned prison inmates leaping to their deaths after days without water; doctors overcome by the stench in hospitals where the lavatories can’t be flushed; hundreds dying, while waiting for a rescue vessel that is anchored in red tape.
The rest of America has rallied. Despite the Lone Ranger rhetoric of freedom, amazing reserves of solidarity bind US society. It starts with neighbourliness, swells into civic pride, and becomes patriotism. My university opened its classes to students displaced from the Gulf Coast, helping to lead a similar movement around the nation. Schools where refugees have taken shelter have done the same. Disaster relief has become a national, rather than a federal, effort. The government is outdone, engulfed and isolated by a wave of sympathy for fellow citizens in distress.
Regional authorities in the Mississippi Delta who failed to forsee the tragedy are, for the moment, escaping most of the resentment. Governor Hailey Barber of Mississippi disarmingly confesses failure while wanting to make up for it. His popular touch comes naturally, where the President’s always seems scripted. People believe Mr Barber when he promises that ‘we’re gonna hitch up our britches‘. Mr Bush, meanwhile, keeps promising a better future, when what the victims want is present relief. His uneasy optimism seems reflected in the gleaming eyes of fat-cat friends, already prowling around for prospective reconstruction contracts.
When the terrorists struck on 9/11, Mr Bush could make any number of mistakes, and still gain in popularity, because there were aliens on hand to hate. He could launch and mismanage wars with impunity, counting on the electorate’s fidelity in the face of the foe.
This time Mr Bush cannot rail against God or, with his environmental record, make an enemy of nature. He cannot bomb the sea or invade the wind. God and nature are on the same side; and they no longer look like America’s coalition partners. Even in the context of a natural occurrence, where there is no real enemy, people still need to hate and long for vengeance. Slowly, inexorably, with a chilling uniformity, the accusing gazes are focusing on the White House.
Felipe Fernandez-Armesto lectures at Tufts University, Massachusetts, and is Visiting Professor of Global Environmental History at Queen Mary College, London
(c) THE INDEPENDENT
All rights owned or licensed to Independent News & Media Ltd

quinta-feira, setembro 01, 2005

Não dá pra competir

ESSA CARTA chegou hoje à redação da Folha de S.Paulo:

Caros, nesta reportagem, o trecho abaixo está equivocado: "E boa parte dessas
modificações se deu de maneira trivial ao longo dos cerca de 6 milhões de anos
transcorridos desde o ancestral comum de ambos, com a mera troca de uma letra
num gene, a duplicação de um conjunto de letras qualquer ou a deleção de outro".
Primeiro, porque essa estória de ancestral comum não existe: e uma teoria, e é
assim que precisa ser tratada. Não pode ser colocada como um um fato, porque não
é!! Em segundo, essa descoberta provou justamente, inconstestavelmente, que essa
evolução jamais ocorreu, principalmente, da maneira descrita nesse trecho. Uma
pequena mudança faria algo bizarro, sem espaço para essa aleatoriedade
apregoada, que não pode ser capaz de gerar a ordem observada. Em síntese,a
experiência científica provou definitivamente, que a teoria da evolução é uma
tolice. Colocá-la nos termos desse trecho acima,é querer que cadáver faça
discurso. Os motivos disso são meio suspeitos. Vívian